Você é Macumbeira?
Sim, sou!
Você faz o mal?
Não! Eu amo os Orixás.
E sabes o que é macumba?
Não! Então vou te explicar.
Macumba é uma árvore.
Que existe na África.
Desta é transformado em um lindo instrumento musical.
Onde os escravos usavam na senzalas.
Quando o seu irmão era colocado no tronco.
Era para aliviar seu pranto.
Cantavam, louvavam e dançavam.
Para enaltecer e alimentar seu espírito.
Cansado e doído de tanto trabalhar.
Mas você é branca?
Sim, sou!
Como você pode falar?
Estou em uma raiz de matriz africana e carrego a fé nos Orixás.
Então o Candomblé e a Umbanda embranqueceram?
Será ? Este olhar é racista.
Pois nossa religião não existe.
Branco, Negro existem pessoas.
Apaixonadas pelos seus Orixás.
Temos que deixar o preconceito
Pois não estamos falando de etnia.
Vamos falar, cantar e nos emocionar com nossos Orixás.
Pois para eles não existe cor.
Existe pés no chão.
Amor no coração e devoção.
Eles gostariam que tivessem união.
Não existe certo ou errado dentro da religião.
Existe diferenças humanas.
Cada barracão é abençoado pela grande união
Que quando ouve se o toque dos atabaques e a dança para nossa espiritualização.
Temos que deixar de ser separatistas
Pensar na união de um povo com tanta devoção.
Pois dentro da senzala era pé no chão.
Simplicidade e amor no coração.
Seja Umbanda, Candomblé, espiritualista que sejamos fé com amor e dedicação.
E você sabe que existe o preconceito inverso?
Não! Nasci negra e isto não foi me ensinado.
Mas me perguntou que a religião de matriz africana embranqueceu? Sim
Pois bem existe vários tipos de preconceito.
E neste momento você esta sendo racista.
Não quer dizer só brancos contra negros.
O inverso também é válido.
Orixá não vê cor, raça, pobre, rico, esta acima disto.
É exclusivamente compaixão e exatidão.
Um dia foi me falado que por eu ser branca era culpada dos escravos que vinha para o Brasil.
Pensei muito! A pessoa é negra.
Me chamou de arrogante.
Será que fui tão arrogante quanto alguém que me acusou só por ser branca.
Acredito que não.
Temos que cuidar com a vitimização.
Poderíamos olhar o ser humano com olhos do coração e entender que todos somos iguais.
Perante aos Orixás.
Pois estamos no Brasil e a miscigenação é inevitável.
Não existe raça pura.
Todos somos um pouco branco, negro, índio.
Logo ninguém é culpado por nada.
Devemos nos dar as mãos e lutar pela união.
Porque nossa religião é tão linda para ficarmos como se fosse uma competição.
Nossa matriz africana no passado era seita e hoje é religião.
Pois cada um mexe a panela como pensar ser melhor.
Cada casa tem sua ritualística.
Sua ancestralidade
Seu legado e no final todos temos uma história.
Onde todos estão corretos.
Ebe orum – Sociedade que estão no céu
Ebe ari – Sociedade que estão na terra.
E assim existe nossa Matriz Africana.
Agnes Koch
3 Comentários
Apololônio A da Silva
O Seu poema ficou muito bonito e tocante. Obra de uma poetisa. Realmente gostei muito. Axé.
Apolônio A da Silva
O Seu poema ficou muito bonito e tocante. Obra de uma poetisa. Realmente gostei muito. Axé.
Diones
Peço a benção aos meus mais velhos, abençoado seja os mais novos. Saúdo os meus ancestrais, peço a licença para dizer que Eu sou macumbeira e meus sentimentos, perante a minha religião não mudam com o preconceito que a palavra condiz. Sim é preocupante o racismo, o preconceito ao inverso sabemos que existe mas pouco se comenta.